UMA NOITE NA TAVERNA



Movimento, entretenimento ou ideal?


Há indícios, registros de que seja um movimento, assim como se denomina no “blog tavernista”. Porém movido por um ideal.

Um movimento cultural, artístico e que apesar dos precursores deste movimento se colocam numa postura apolítica, já se faz implícita uma crítica quanto ao regime de sistema hoje no país.

Não há uma preocupação com modismo, não diria ser um evento contemporâneo, mas que tenta criar oportunidades para artistas que iniciam; em abrir espaço para manifestações de criações diversas, valorizando o indivíduo no coletivo.

Pessoas se reúnem ali para buscarem sua identidade, fugir do automaticismo capitalista. Deixando fluir o que vem de dentro, as pessoas não são pudicas, porém procuram respeitar umas as outras. Dentro de uma proposta que converge a uma linha de fuga, no que corresponde a fuga desta massa compacta que a sociedade se molda. Porém, mais importante que criar linhas de fuga, é criar novas formas de existência. As pessoas cada vez mais bombardeadas, até mesmo dentro de suas casas, através da mídia, como todo tipo de dispositivos de poder, são manipuladas, adulteradas e tendo sua subjetividade massacrada pelo “o que está na moda” ou pelo “quem detém o poder”. A visão panóptica faz com que os indivíduos se exercitem ao criar novas “máscaras”, porém deprecia, e não reforça as potencialidades do ser.

Nessa relação de poder em que se perde o ser e se valoriza o ter. As pessoas sensíveis, dentre; os artistas, os que mesmo “inconscientes” percebem como que intuitivamente, este manuseio desenfreado de quem detém o poder, fazendo com que as pessoas percam por várias vezes o seu eixo, tendo que a todo o momento desconstruir e reconstruir sua subjetividade, porém em território novo e que em nada privilegia a qualidade de vida do indivíduo.

Nesses termos, a Taverna vem trazendo um ambiente novo, algo que escapa o cotidiano das relações de poder, algo que escapa do trabalhador sem vez, do “burguês” que nada quer ver além do que foge aos seus interesses. Um território de criação, de amizades, de dar tempo a si mesmo para realizar coisas fora da rotina maquinaria da modernidade.

Digo até, que estas pessoas trazem com esse evento um “ar romântico”, mas não para dizer somente sobre o “belo”, mas para também falar dos “horrores”, e principalmente a dar voz para o que se mantêm calado, para trazer o que não se pode dizer no dia a dia de suas vidas, onde as representações sociais estão vigentes. Onde o panóptico está atuante.

Exercer a livre expressão, a arte da criação, trocar idéias e saberes, ou simplesmente rir, chorar ou ainda se estarrecer juntos, em conjunto promover construções, estabelecer um clima. Um clima de contágio... Um clima de Taverna. Onde não somente as velas que são postas a mesa, estão acesa, mas também os “olhos da percepção”.




Em homenagem ao evento mais inovador da nossa contemporaneidade!
Beatriz Peixoto

2 comentários:

  1. Bia que pena que não tenho podido participar de algo tão motivador, que realmente pode-se transformar num movimento, que bom que não estamos sozinhos nete pensamento, farei o máximo para poder participar e quem sabe fazer parte de um movimento de libertação dos Aparelhos do estado de alienação da população.

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  2. Nós vivemos uma correria tão constante que mal paramos para analisar o que nos cerca, as empresas estão lucrando, estamos recebendo ou não frutos deste lucro, de forma sutil somos convidados todos os dias a aplaudir quando a empresa em que trabalhamos consegue um mega lucro, ou quando ganhamos nossa folga após longas semanas de trabalho mal remunerado, mas por fim o pensamento geral é o de agradecimento por estar empregado e de poder receber um salário que dê pelo menos para comprar arroz e feijão, e acabamos não enxergando as crianças desnutridas e exploradas pelos próprios pais que se arriscam em sinais de trânsito pedindo esmolas ou vendendo tudo qualquer tipo de mercadoria e que estão fora da escola e que futuramente estarão nas mesmas condições que seus pais, não enxergamos à exploração sexual, a fome, a miséria e somos transformados em meros expectadores e que rezamos graças a Deus por não estamos naquelas condições, e o sistema se aproveita da nossa alienação e do nosso consentimento e se é normal uma criança comer lixo, normal e melhor é ela trabalhando, pelo menos não vai comer lixo. Essa é uma lógica dolorosa na cabeça da classe média que não chegará nunca aonde quer chegar, que vive de ilusões e não se unirá nunca contra a impunidade pois o sistema faz com que fiquemos quietos e comportados, afinal nos dão de presente grandes shows,olimpíadas, copas do mundo,financiamentos a longo prazo, carro e TVs de plasma, o que mais queremos? Não temos do que reclamar, infeliz daqueles que não fazem por onde chegar aonde chegamos! E o sistema caminha através da impunidade, da falta de dignidade do desgoverno e da alienação. Cabe a nós que podemos enxergar para além do sistema fazermos a diferença dentro da sociedade. Como? Fazendo com que cada um que nos cerca também enxerguem a realidade e saia do mundo imaginário em que somos todos os dias obrigados a viver, fazer além, transformar pessoas, ser formador de opinião, assim poderemos driblar este sistema que é o alicerce do Estado e que promove tantas mazelas.

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